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Mostrando postagens de abril, 2012

Sem mais

Não podia acreditar que ele me traia daquela forma. Não uma traição carnal ou física, daquelas em que cedemos aos nossos desejos menos prodigiosos.  Não. Ele traia minha confiança, minha intuição. Olhou fixamente nos meus olhos e deliberadamente, sem receio de deixar que a sujidão de uma alma velha e rota transparecesse, sem  maiores  problemas ou dificuldades, disse: - Meu bem? - anh? - Sabe aquela erva cidreira que plantou lá no jardim? - Sei. - Ela está deixando nosso jardim tão feio! É feito mato crescendo em meio às flores... Observei. - Poderíamos plantar orquídeas lá, ou margaridas. Ah! Margaridas são tão vistosas... Como se ele não soubesse, ou preferisse desconhecer, nossa própria feíura. Estamos a enfear esse mundo, essa casa, nossa cidade, a própria vida... Respirei . - Meu bem, você sabe que as ervas são boas pra mim.  Nos dias de inverno, principalmente, quando nada mais pode me aquecer o corpo e me falta ar nos pulmões... Pensei