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Segunda Carta

Segunda carta Querido, Já sinto saudades e olha que você mal se despediu da nossa terra azul e verde. Custei a dormir na última noite, em parte por causa dos ruídos da casa, aqueles inexplicáveis que teimam me assustar madrugada afora, e em parte porque me preocupei, sem notícias suas. Agora e mais calma em saber que correu tudo bem, avalio que meu mais ardente desejo era poder ter visto seu rosto, ao pisar pela primeira vez em terras diferentes. O único sentimento que poderia facilmente substituir o vazio que restou da sua voz, me dando bom dia pelas manhãs, seria a lembrança de ver seus olhos sorrindo, fantasiando as aventuras do porvir nesse lugar desconhecido.  Mas falemos de você menino-homem-rapaz que enche meus dias de sol. Que bom que conseguiu reaver nossa bagagem. Nossa porque foi exatamente no fundo falso da mala cinza que escondi nossas fotos, os chicletes menta e algumas cartas que escrevi. Queria que levasse junto de você nossos caprichos, nossas manias e minhas

Fosse eu a dona do seu coração

"Tudo o que conseguia pensar era: 'será que ele viu a lua hoje?' Será que em meio a tanto trabalho, obrigações e preocupações ele pôde parar para observa - lá? Seria uma pena se não a visse porque ela está linda. Pode ser que não tenha visto como ela brilha e irradia uma luz incomum, até mesmo para os mais observadores... Fosse eu a dona do seu coração lhe atentaria para o fato: - Amor! Para. Respira. Acalma. Olha pra cima. Observa (assim mesmo, no imperativo, que era pra não correr o risco de não ser atendida). Ela está cheia, linda, ousada, carente, ímpar, inspiradora, sozinha, romântica, nua... Tem um brilho diferente e próprio.  E deixaria a janela do nosso quarto aberta hoje e fantasiaria que sua luz banharia nossa cama, nossa pele... Mesmo medrosa como sou, temendo que alguma criaturinha que habita o quintal visse a invadir o quarto. Me atreveria. Esta noite sim. Eu sei que valeria a pena."

Carta de Ano Novo: porque ou para quê querer mais?

Para quê? - Não sei. Não fui eu quem projetou a mente humana com todas as suas limitações, complexidade e em todo seu paradoxo... só posso dizer do que sinto e vejo (ou penso que vejo, já que meus sentidos funcionam em conjunto com essa mesma mente estranha, de que lhe falo). No entanto , penso que querer é a essência de algo que rege a vida.  Querer nos torna humanos, sonhadores, errôneos e até hipócritas. Querer nos faz levantar todas as manhãs em busca de uma fórmula que nos faça conquistar o almejado e aí, quando conseguimos conquistar o que queremos, no outro dia já é preciso querer mais... Não é complexo, na verdade, é bem simples: se você para de querer, para de viver, daí vira alvo fácil para toda sorte de enfermidades, do corpo, da alma, da mente e do coração. Em tempos de superficialidades e rotinas fúteis eu ousei querer mais . Quis mais que um sorriso amarelo em sinal de amor. Quis mais que uma rotina de lamentos em prol de tudo o que eu escolhi para mim mesma. E,